Estudos em universidades do exterior estão nos planos de 75% dos estudantes brasileiros
O sonho de estudar fora acompanha milhares de brasileiros. Conhecer culturas, ter a vivência em universidades mundialmente reconhecidas, aprofundar o aprendizado em outro idioma e abrir novos horizontes para a vida profissional são alguns dos benefícios que fazem do intercâmbio uma oportunidade atrativa, seja durante a graduação ou a pós-graduação.
De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio, 75% dos estudantes do país têm a intenção de viajar para universidades do exterior até 2025.
Uma das oportunidades de intercâmbio é o chamado “doutorado-sanduíche”. O nome curioso tem um motivo: basicamente a denominação representa a forma como os estudos ficam divididos. O início e o final do curso são realizados na faculdade de origem, enquanto o período entre as duas etapas é feito em uma universidade estrangeira.
Dessa maneira, os alunos “recheiam” sua trajetória acadêmica com experiências fora da faculdade em que se matricularam inicialmente. Para os alunos de pós-graduação que já estão se encaminhando para o doutorado ou já ingressaram nele, há várias universidades ao redor do mundo que têm parcerias com as brasileiras.
Para tirar os planos do papel, a orientação é que os interessados estudem para os processos seletivos e tenham o conhecimento necessário do idioma em que as provas serão realizadas. Por meio de aulas presenciais ou cursos online de inglês, é possível se preparar para as provas de diferentes instituições, já que a língua é exigida em boa parte dos editais.
Como funciona a candidatura e a avaliação
Se viver uma experiência internacional é uma prioridade para a pesquisa e a vida acadêmica, os interessados devem começar o planejamento desde já. O doutorado possui duração média de quatro anos, que se divide em oito semestres. Por isso, é aconselhável que o candidato comece a se organizar já no primeiro ano.
Há requisitos fundamentais e outros que são diferenciais no processo seletivo. O primeiro passo é dedicar um tempo para construir um currículo que transmita com clareza a trajetória acadêmica e profissional do doutorando.
Nele, o estudante deve demonstrar seu interesse pela área acadêmica, incluir as produções técnicas e científicas, além das participações e apresentações em congressos.
Outro ponto fundamental é a preparação para o exame de proficiência. Quando o aluno participa do processo seletivo para o doutorado-sanduíche, é natural que as universidades demandem um nível de conhecimento da língua nativa mais avançado.
Há exames que são utilizados como teste de inglês para adultos e, por isso, o certificado já é suficiente para atestar a proficiência do candidato. É o caso do Test of English as a Foreign Language (TOEFL), o International English Language Testing System (IELTS) e do exame de Cambridge. É recomendável que o candidato leia atentamente o edital do processo seletivo e se informe sobre qual certificação é aceita.
Também é importante que o aluno tenha um professor orientador na universidade estrangeira, responsável por auxiliá-lo no processo de pesquisa e nas conexões com outros pesquisadores. Para isso, é preciso verificar o currículo dos profissionais da instituição e analisar qual segue a linha de estudos compatível com a do doutorando. A partir da análise, é preciso estabelecer um contato via e-mails, por exemplo.
Por fim, é esperar pela carta de aceite. O documento significa que todo o preparo deu certo, pois consiste na etapa final do processo seletivo, quando o doutorando foi aceito pelo professor e pela universidade para realização dos estudos fora do país.
Possibilidade de bolsa de estudos
Mesmo com todas as vantagens que estudar fora pode proporcionar, o custo envolvido é um impeditivo para muitos alunos que têm esse sonho. A boa notícia é que há agências que financiam os estudos. Por meio dos editais periódicos, os alunos têm a chance de concorrer às bolsas e aos auxílios financeiros.
Dentre as agências de fomento mais reconhecidas, que fornecem bolsas de estudos na modalidade de doutorado sanduíche, estão a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ),o programa de bolsas de estudos Fulbright, o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
É preciso ficar atento aos portais, pois cada agência tem seus requisitos e prazos de inscrição. A abertura do processo do Fulbright, por exemplo, está prevista para junho de 2024, sendo uma oportunidade para aqueles que pretendem estudar nos Estados Unidos.
Para participar do processo seletivo de um doutorado-sanduíche, é preciso providenciar alguns documentos: formulário de inscrição, carta de recomendação do professor ou orientador da universidade brasileira, carta de aceite do professor da universidade pretendida, currículo lattes atualizado, visto para o país de destino, além da documentação específica de cada edital.