Questões genéticas, disfunções metabólicas, alterações hormonais e estresse podem desencadear uma queda anormal dos fios do cabelo
A queda de cabelo é um episódio comum na vida de muitos brasileiros. De acordo com dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), perder de 100 a 200 fios por dia é considerado normal. Por ser difícil acompanhar a quantidade exata de quantos caem, a orientação é prestar atenção na presença excessiva de fios de cabelo presos na escova ou soltos pelo chão da casa.
Apesar de nem sempre estar associada a problemas de saúde, a queda capilar pode servir de alerta quando ocorre de maneira intensa e prolongada. Isso porque existem algumas condições que têm como sintoma a perda dos fios.
Estar atento aos sinais é essencial para obter o diagnóstico correto e um tratamento eficaz. Em alguns casos, é recomendado o uso de estimulantes para o crescimento dos fios, como o Minoxidil, medicamento citado no site da SBD como um dos principais fármacos utilizados para essa finalidade. É possível também utilizar vitaminas e outros produtos para tratar a queda capilar, desde que seja feito sob prescrição médica para evitar o agravamento da situação.
Principais causas da queda capilar
Segundo a médica dermatologista e preceptora de tricologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Thaissa Coelho, existe um grupo de causas de queda de cabelo que deixam cicatrizes. Essas feridas ocasionam uma dificuldade no nascimento de novos fios onde o antigo caiu. Por esse motivo, o diagnóstico correto é essencial para tratar qualquer indício de queda, evitando também a perda definitiva dos fios.
As informações foram dadas em entrevista ao programa de rádio “Saúde com Ciência”, da UFMG.
Existem diferentes fatores que podem estar relacionados à perda dos fios, como a alopecia androgenética e disfunções metabólicas e hormonais. A primeira condição é, inclusive, citada pela SBD como a causa mais prevalente de perda dos cabelos na população geral. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz cita também o estresse como outro aspecto que provoca a queda capilar.
Alopecia androgenética
A alopecia androgenética, também conhecida como calvície, é definida pela SBD como uma forma de perda dos fios determinada pela genética e bastante comum na população. A condição costuma atingir mais os homens. Conforme aponta a Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), no país há cerca de 42 milhões de homens calvos. No entanto, o público feminino também pode ser afetado pela condição.
A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que metade da população masculina terá problemas com a alopecia androgenética até os 50 anos. A condição costuma atingir mais o público masculino, pois está totalmente relacionada aos hormônios sexuais, principalmente à testosterona.
Geralmente, a doença começa na adolescência e se torna mais visível a partir dos 40 anos. Segundo a SBD, o tratamento clínico para a calvície deve ser conduzido individualizadamente, a partir do diagnóstico realizado por médico dermatologista. O órgão explica que, geralmente, o tratamento para essa condição envolve o uso de Minoxidil, de bloqueadores hormonais e do transplante capilar, apresentando resultados com níveis de evidência científica.
Alterações metabólicas ou hormonais
Segundo a médica Thaissa Coelho, a queda de cabelo também pode sinalizar outros distúrbios no corpo, como alterações metabólicas. Pessoas com diabete, hipertensão, obesidade e triglicérides altos, podem, por exemplo, apresentar uma perda anormal dos fios.
Isso ocorre, pois essas disfunções podem impactar na chegada de sangue ao couro cabeludo, fazendo com que a região não disponha dos nutrientes necessários para a saúde do cabelo.
Além disso, alterações hormonais também podem provocar problemas nos fios. Segundo a Associação Americana de Ginecologia Laparoscópica, as disfunções hormonais em mulheres podem acarretar queda do cabelo, por conta de hormônios como estrogênio, que pode provocar ainda redução dos níveis de colágeno, responsável pela saúde dos fios.
Em qualquer um dos casos, é importante buscar por tratamento especializado, que deve ser conduzido de forma individualizada conforme as necessidades do paciente.
Estresse
O estresse é outra causa associada à queda de cabelo. Tanto o Ministério da Saúde quanto a Sociedade Brasileira de Dermatologia apontam as questões emocionais como umas das causadoras para os episódios de perda dos fios.
Segundo os órgãos, não se deve considerar o estresse como causa de queda, sem antes realizar uma investigação para as outras questões que podem estar relacionadas. No entanto, a SBD recomenda a sempre buscar por medidas que minimizem o acúmulo de estresse no dia a dia, pois muitas causas que provocam a queda capilar podem piorar em situações de muita tensão.